sexta-feira, 30 de maio de 2014

Quando não se tem chão e o chão é tudo o que se tem...

Quero compartilhar um aprendizado. Desde que comecei a trabalhar com pessoas em situação de rua há quase um ano atrás, muita coisa mudou. Mudou em mim, mudou nos outros ao meu redor. Abri mão de muitos conceitos preguiçosos de quando preferimos o lugar comum do pensamento coletivo ao invés de nos dar uma oportunidade de enxergar diferente.  
Eu sempre tive consciência e nunca escondi de ninguém, que não seria capaz de trabalhar com hospitais, nem na ala adulta, menos ainda na ala infantil. Motivos pessoais, de ordem familiar, que não me permitem vivenciar novamente algo que lutei tanto para conseguir superar.
Então pensei ter encontrado o trabalho perfeito pra mim nas ruas dessa cidade que tanto gosto. É verdade que entre eles, há condições de todo tipo: doentes físicos, doentes emocionais, viciados, ex-detentos. Mas de certa forma, apesar de ser um paradoxo, a clausura deles é interna. Não há paredes que os impeçam de ver o mundo. E ao mesmo tempo, ser tão vulnerável a esse mundo os torna vítimas de muitas coisas: da violência latente no submundo da cidade sorriso; do sistema que oprime a todos nós também; do nosso próprio preconceito sempre que dizemos que quem está na rua, está porque quer.
Eu não posso imaginar quem escolheria viver em condição tão sub-humana, abandonado, exposto à tantas vicissitudes convidativas quando não se tem chão e quando o chão é tudo o que se tem.  
Dizem que uma das coisas mais inesquecíveis que se pode ter de alguém é o olhar. Ele é intrínseco a cada um, não se pode imitar. E eu não esqueço o olhar de cada um deles a cada dia em que saio do aconchego do meu lar para dividir com eles o que há de mais precioso em minha vida: o meu tempo.  Digo isso porque cada minuto que eu passo na companhia deles, nunca mais vai voltar pra mim.
E depois de quase um ano fazendo esse trabalho, estou num conflito interno muito grande. Muitos deles eu conheço pelo nome. Outros posso não saber o nome, mas toda semana nos encontramos, conversamos, contamos piadas, fazemos brincadeiras, rimos, sorrimos, conversamos sobre Deus, política, sobre a Copa. Então desde que o inverno curitibano começou, eu deito na minha cama para dormir e o último pensamento que tenho é como vou me sentir se o nosso próximo encontro nunca mais acontecer.
Em tempos onde todos tem opinião sobre tudo, principalmente nas redes sociais, está muito comum criticar bastante coisa, inclusive o governo. Se fosse para contextualizar politicamente como acabamos nessa situação que o país enfrenta, seriam necessárias muitas laudas e eu certamente não teria capacidade de conduzir essa conversa porque me falta conhecimento de causa.
Mas tem uma coisa que acho muito injusta. Como eu posso criticar um governo e todas as suas ações de fato falhas e ao mesmo tempo olhar para o lado vendo um ser humano passando frio e fome e acreditar que isso não é problema meu?  Mudar a realidade do país é necessária, mas o resultado disso é a longo prazo. Enquanto tentamos usar as armas que temos para combater um sistema tão defasado, não podemos nos esquecer das ações de curto prazo. Porque elas existem e existem para os dois lados: a fome mata a um prazo mais curto do que as gerações que levaremos para consertar o Brasil. E o frio então, só precisa de algumas horas para levar embora alguém que tem sentimentos.
Se estão sob efeitos de drogas, se estão sujeitos à prostituição, se são reminiscências da violência dentro ou fora dos presídios, isso não os isenta de sentir. Sentir raiva, decepção, fome, frio, tristeza. E eu afirmo que eles são capazes de sentir outras coisas em meio a tudo isso: amor, gratidão, simpatia, solidariedade. E reafirmo que são capazes porque é o que eu vejo a cada visita.
Já entreguei sopa para idoso carente, gente sob efeito de álcool, gente sob efeito de crack, traficante com arma na cintura com idade do meu irmão caçula, prostituta esperando pra fazer o próximo programa, travesti pronto pra começar a noite, ex detento que saiu da prisão naquele dia, esquizofrênicos, portadores de HIV, ladrões com espírito de Robin Hood. E antes que você me venha com todo o seu preconceito, eu te digo na cara que não tenho vergonha do que eu faço e não acho que eu beneficio a má conduta.
Nós conversamos muito, eu rebato pensamentos e negócios escusos que me são revelados. E às vezes me choco. Mas eu transmito todos os dias uma mensagem de amor e solidariedade e ganhei o respeito deles com isso. Eu conquistei a minha liberdade de entrar no território deles e dizer como eu penso, mesmo que isso contrarie a conduta que eles me apresentam. Sem submetê-los a uma doutrina, filosofia ou ideologia, eu consigo acesso falando com a naturalidade que conversaria com meus amigos na mesa de bar. É como se eu plantasse uma sementinha e cuidasse dela a cada novo encontro. E eu me orgulho disso.
Então quando eu peço doações, eu não estou simplesmente pedindo benefícios que serão repassados de mão em mão. Quando eu peço doações, eu peço a oportunidade para cada um de vocês participar dessa cadeia complexa que acabei de ilustrar. Quem achar que não dá conta de vivenciar na rua essa experiência (assim como eu não consigo trabalhar em hospitais), mas puder prover qualquer coisa que nos ajude a dar continuidade ao trabalho, estará movendo uma energia no universo que é capaz de transformar o impossível no milagre da vida.
Quando eu peço doações, estou tentando abraçar uma causa muito maior do que eu mesma consigo imaginar. E não quero fazer isso sozinha. Porque o mundo só vai melhorar com a caridade, a solidariedade e o amor. E isso tudo vem antes da fé em qualquer crença religiosa ou filosófica.  

Quando eu peço doações, eu peço por todos nós. Porque a transformação abrange a todos. 

sexta-feira, 7 de março de 2014

O Primeiro Homem da Minha Vida

Eu comecei essa postagem em abril de 2013. Surpreendentemente resolvi entrar aqui e dei de cara com ela. Decidi terminá-la porque o assunto merece: 

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Posso afirmar com absoluta certeza, que gostaria muito de me lembrar do resto do sonho (ou seria encontro?). Entender por que em tantos anos isso nunca aconteceu antes... Será que vai se repetir em breve? Poderia não demorar muito, mas sei que não depende de mim, ou de você. 

Queria saber qual é a sensação de ver você frente a frente. Sobre o que falaríamos? Como eu iria te chamar? O que eu teria para contar e o que você teria para me dizer? Talvez como tem passado esses anos... 

Às vezes quando penso em você uma lacuna aponta no horizonte, em outras vezes tenho certeza que você sempre me acompanhou. Por ironia do destino, frequentemente passo em frente a um lugar onde nos fotografaram há muitos (e muitos) anos atrás. Você me segurava nos braços com um sorriso de orgulho. Será que você está satisfeito com o rumo que a minha vida tomou? 

Esses dias eu estava pensando que nós nunca sabemos quando é a última vez que frequentamos determinado lugar, ou fazemos determinadas coisas. Não me lembro quando foi a última vez que nos vimos, mas se soubéssemos que aquela seria a última, alguma coisa teria sido diferente? 

Um dia me disseram que quando seu trajeto foi interrompido você estava vindo ao meu encontro. Quanta crueldade! Não sei se da vida ou de quem me contou isso! Nunca mais fui a mesma pessoa desde então. E não sei se essa mudança foi boa ou ruim. Eu simplesmente... Não sei. 

Agora estamos aqui: eu e você. E ao mesmo tempo não estamos. Acho que de vez em quando você me vê, mas se eu também te vejo, não me lembro. Você é como um livro. É uma história que existe, mas não aqui fisicamente. Sei que no início quando você descobriu que eu existia, teve medo... Que bobagem! Eu sou inofensiva! Depois, acho que você se apaixonou por mim. E eu por você... Pena que eu só descobri isso muito mais tarde. 

Na verdade eu me sinto especial. Porque mesmo sabendo que nós iríamos nos separar muito em breve você escolheu estar ligado a mim pra sempre. Às vezes a vida me bate. Tão forte que eu perco o fôlego. Não é uma reclamação, é só pra você lembrar que eu também sou frágil... 

Imagino que você já saiba, mas mesmo assim vou reforçar. Sou uma motorista exemplar. Não abuso da velocidade e não misturo álcool e direção. Quem sabe isso te deixe mais tranquilo. Não é um julgamento, é só pra você lembrar que somos responsáveis pela nossa vida (e pela dos outros). E confesso que me causa um desconforto quando penso que você não acreditava no perigo. Mas isso serve pra mim, me marcou, nunca vou esquecer... 

Queriam me mostrar as fotos do seu acidente... É óbvio que eu recusei... Eu quero me lembrar dos dias de sol que passamos juntos. Foram poucos, eu sei. Mas esses sim são os nossos momentos. O resto faz parte da dor dos outros. Entre mim e você não há dor. 

Entre nós dois há algo avassalador que eu não sei do que chamar. Se um dia a gente se encontrar de novo plenamente conscientes de onde estamos, você vai entender. Porque nenhum sentimento em mim é morno, sereno e leve. E até onde eu sei, isso eu herdei de você! 

Se você estivesse aqui, tenho certeza que não seria daqueles chatos que ficam vendo a vida passar. Se tivesse dado tempo de você chegar e ficar aqui, nós seríamos cúmplices, companheiros, confidentes, uníssonos e ímpares. Porque é da nossa natureza viver intensamente! 

Vê se dá um jeitinho de na próxima vez não ser tão arrebatador de corações... As mulheres sofrem demais por amor! Não é justo... Hoje eu entendo muitas coisas... Não é legal ser assim. 

Agora que eu já dei todos os puxões de orelha, pode falar. Sou toda ouvidos, pai! 



domingo, 3 de fevereiro de 2013

Aos meu Amigos

Quero falar de amizade de uma forma que não seja piegas.

Quero falar do amor imenso que somos capaz de sentir por aqueles irmãos que podemos escolher. Da alegria que contagia com cada vitória e da dor que invade o coração com cada derrota.

De tempos em tempos a própria vida se encarrega de renovar nossos votos para com ela. Antigos amigos se vão, novos amigos chegam. Todos que partem deixam em nós um pedacinho de si e levam com eles um pedacinho de nós. E não importa quanto tempo passe, cada lição aprendida fica pra sempre. 

É sempre bom receber novos amigos em nossas vidas. É bom compartilhar experiências, ouvir novas histórias, contar de novo a nossa história de uma forma diferente porque somos diferentes a cada ano que passa.

É bom saber se despedir daqueles que vão para nunca mais voltar. É bom saber olhar para aquele que retornou depois de muito tempo. É bom saber continuar olhando para aquele que nunca saiu do seu lado. 

Às vezes a gente discute a relação na amizade. Às vezes a gente só quer um colo pra chorar até secar toda a mágoa. 

Para cada amigo que você tem, uma relação diferente se constrói. Cada um com uma personalidade diferente tem a oferecer e precisa de coisas diferentes de nós. E todos eles completam uma parte importante em nós. 

Quero dar as boas vindas aos novos amigos que conquistei recentemente nessa época de tantas mudanças. Quero dizer aos que estão ao meu lado há muito tempo que parte da minha vitória eu devo ao amor de vocês nessa jornada. Quero dizer  a aqueles que já seguraram meu coração na mão quando eu mesma não podia me levantar que vocês sempre serão inesquecíveis.

Ninguém vive só. A vida é feita de laços. Alguns são frágeis e outros são eternos. Todos são importantes.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

5... 4... 3... 2... 1... Meia Noite

Adeus ano velho... Blá blá blá... 

Essa é a terceira (e espero que última) tentativa de escrever um post para 2013.

Eu quero é por uma pedra em cima de 2012 de forma que eu não precise aprender de novo as lições desse ano esquisito. 

Em 2013 quero ter mais coragem. Quero ter mais paciência. 

Quero pedir as mais sinceras desculpas a quem eu acho que devo e não é de hoje. 

Vou dizer que amo mais vezes. 

Vou amar ainda mais do que já amei até hoje. 

E por que não fiz tudo isso antes? Porque a evolução é gradativa e se eu já soubesse como fazer tudo, não estaria de expediente aqui na Terra. 

Eu vou encontrar o jeito certo de falar que hoje sei que eu poderia ter resolvido certos problemas de outra forma. Sem tanta dor, sem tanta mágoa. Esses dias eu li uma frase no FB que pra mim fez muito sentido. "A forma como as pessoas te tratam é o karma delas. A forma como você reage é o seu." Mas hoje eu prefiro inverter essa ótica: a forma como eu tratar as pessoas é o meu karma (e quero resolver alguns mal entendidos) e a forma como elas reagirem é o delas (vou tentar fazer a minha parte, mas não posso fazer pelo outro o que é dele por atribuição). 

E assim, espero que as amizades que cultivei continuem comigo nessa jornada. Que eu tenha mais saúde que juízo. Mais felicidade que dinheiro. Mais dinheiro que dívidas. Mais amor que saudade. 

Que 2013 venha já me tirando o fôlego!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Ho Ho Ho

Estou aqui em Foz do Iguaçu numa aventura há muito tempo almejada: pegar a estrada com lenço e documento e ver no horizonte que tudo o que sou devo ao meu passado e por isso faço desse presente um momento para ser feliz. Vim para conhecer uma parte da família do meu noivo que não conhecia e rever a outra parte que vejo pouquíssimas vezes e nesse momento, devo estar sendo muito julgada por não estar no meio de todos tirando as tradicionais foto de Natal. Mas tudo bem, eu precisava escrever e esse post vai ser bem breve. 

Acabei de participar da ceia de Natal da minha família pelo Skype e ainda que esteja há 680km de distância deles, sinto o amor de todos aqui bem pertinho. 

Só queria dizer nessa noite especial que independente da sua crença, que o amor prevaleça, a paz de espírito te reconforte e essa noite seja cheia de luz na sua vida. Que muito mais do que presentes, você ganhe objetivos e renovação de energias para sonhar ainda mais daqui pra frente. 

Que você possa abraçar todos que ama seja ao vivo, pela internet ou em pensamento. 

Que você possa agradecer pelo ano que teve independente de suas alegrias ou dificuldades, pois uma coisa é muito importante: ser grato ao universo por todo o aprendizado, pois não somos nada sozinhos. 

Feliz Natal =)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ah! Essas Estações!

Às vezes a gente se pergunta tanto e a resposta está bem debaixo do nosso nariz. Tem vezes que resistimos em entender o real significado de uma palavra, um olhar, um beijo ou um abraço porque temos medo de nos viciar na química que todo aquele pulsar de emoções produz. Ah! Se soubéssemos antes que ninguém chega ou parte das estações da vida por mero acaso do destino... 

Parando para pensar na conexão com cada pessoa à sua volta, você percebe que nada é um evento isolado. Muitos caminhos precisaram se cruzar, outros precisaram se distanciar e ainda, muitos outros necessitarão começar para que essa coreografia que o destino faz no nosso cotidiano continue nos enchendo de harmonia. Mesmo que algumas vezes tudo pareça desmoronar.

Os conflitos familiares, as amizades eternas e as paixões fulminantes... Como sobreviver sem eles? Quem nunca teve um amor platônico na adolescência (ou fora dela), um coração partido, disse um adeus cheio de saudade no coração, desejou um abraço uma vez mais, chorou depois de uma briga com alguém que muito amava... Quem nunca riu até doer a barriga, se emocionou com uma vitória, torceu por um resultado, consolou um coração cheio de medo, ou vibrou com um diagnóstico médico satisfatório que não poderia ser outra coisa a não ser um verdadeiro milagre... 

Eu gosto de acreditar que nos conhecemos muito mais de uma vez. E nos encontramos de tempos em tempos para crescermos juntos porque o que nos une é o amor. O amor que transcende, o amor que perdoa, o amor que esquece, o amor que perdura, o amor em todas as suas sublimes formas que vai muito além de qualquer barreira material. E com tantos encontros e desencontros, só fazemos fortalecer nossos laços enquanto o tempo passa depressa ou devagar. 

Tem pessoas em minha vida que não precisam estar a todo instante ao alcance dos meus olhos para eu saber que estão dentro do meu coração e impressas na minha alma. Basta acontecer alguma coisa muito boa ou uma queda muito dolorida pra gente se unir de novo, segurar as mãos e ter fé... Fé em Deus, fé na vida, fé em nós mesmos. Juntos podemos superar qualquer coisa.

Eu posso dizer que presenciei muitos milagres neste ano. E o maior deles foi o milagre do amor. O amor, a solidariedade, a amizade, a confiança, a lealdade. Tudo isso fez o meu ano mais emocionante. E eu entendi que nada pode ser tão ruim que não seja capaz sequer de ensinar alguma coisa. Afinal de contas, (vou adotar uma expressão de alguém a quem quero muito bem) "uma derrota é uma meia vitória". 




quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Busca da Felicidade


     A busca da felicidade é um termo tão agradável que com frequência vira título de filme, de livro, de poesia.  Mas você já se perguntou o que significa buscar a felicidade? Afinal de contas o que é a felicidade? Tem receita pronta? É ganhar na loteria, ter um cachorro, uma casa maior, passar no vestibular, ser promovido, amar, ser amado? (...).
Eu gosto de acreditar que a felicidade é além de um substantivo abstrato ao extremo, algo bastante peculiar a quem a detém.  Tem que diga que ela está nos menores detalhes da vida, tem quem diga que está ligada ao dinheiro, outros dizem que a saúde é quem a traz. Na verdade acho que ninguém está completamente certo ou errado. Tudo depende das prioridades de cada um.
     Se você já alcançou outros objetivos na vida e de repente o que lhe falta no momento é trocar de carro ou adquirir um, não significa que você dê mais valor aos bens materiais do que à família. Não é porque você está insatisfeito com a geladeira da cozinha que a sua vida se resume ao consumismo. O ser humano vive de etapas e frequentemente está insatisfeito com algo que procura mudar. E isso é bom, já pensou se nos conformássemos sempre com a vida como ela é e não buscássemos evoluir em todos os sentidos?

     O grande problema que vejo são os extremos. Tudo que é excesso sobra como o próprio nome já diz. Mas ele não necessariamente vai sobrar ali onde você está depositando tanta vontade de, por exemplo: torcer pelo seu time de coração, ir à igreja, comprar perfumes. O fanatismo é facilmente mutável e muitas vezes sobra (ou reflete) em outros setores da sua vida, como: na relação familiar ou conjugal, nos estudos, na economia pessoal.

     Mas existe alguém fanático em procurar a felicidade? Ô se tem!

     E muitas vezes penso que aquela pessoa com quem você não aguenta sustentar uma conversa por cinco minutos sequer é um belo exemplo disso. Porque nada funciona, nada dá certo, nada é bom o suficiente, ninguém é o suficiente. Nem mesmo ser quem você é, é o suficiente. Aí vem um baita alerta vermelho com campainha de ensurdecer.

     Quais são suas prioridades? E muito importante: quais são seus limites?

     
     É possível que a felicidade de alguém possa ser a sua felicidade também? Há quem já tenha me dito que dependendo da circunstância, não. Mas eu continuo a discordar... Sabe a relação prioridade X limite? Pois é... Não existe fórmula para a felicidade porque ela é um estado de espírito e não tem como sentir a mesma coisa o tempo todo. Portanto quem diz que é feliz o tempo todo, na verdade é bem resolvido consigo mesmo o tempo todo, são coisas diferentes. Ambas necessárias e super válidas.

     
     Mas ao me perguntar se estou em busca da felicidade, sei que não estou. Estou em busca dos objetivos que tracei para o momento e que podem mudar num piscar de olhos. Feliz, eu posso ser várias vezes ao dia, quantos dias eu quiser. E não tem nada de complicado nisso.